Sociologia do conhecimento
Concebendo as formas de conhecimento como modos ou sistemas de pensamento difundidos em grupos, culturas ou sociedades, essa linha pretende discutir o conhecimento de maneira ampliada. Indo além de uma delimitação que aloca cada forma de conhecimento em uma disciplina específica, como o pensamento religioso como objeto da sociologia da religião, o pensamento científico como objeto da sociologia da ciência, ou o uso de um conceito ou categoria como objeto da história das ideias, visamos discutir os modos de conhecimento como modos de pensamento, como formas de linguagem e categorização que formam ontologias próprias. Dessa maneira, as formas de conhecimento são aqui discutidas como modos de pensamento que se apresentam por meio de imagens de mundo coletivas, tanto religiosas como científicas, tanto mágicas como tecnológicas, na forma de crenças ou de modos de relação com a natureza, reproduzidas sobretudo por meio de práticas discursivas ou linguagens.
Psicologia política
Os estudos de psicologia política se opõem a duas formas de pensar a política: primeiro, à teoria da escolha racional e sua concepção de um indivíduo informado e calculista, e, segundo, ao institucionalismo, com sua tendência de interpretar a política a partir de sistemas que compõem o estado e o organizam. A Psicologia política prioriza, pelo contrário, cognições e emoções, e dá a esses aspectos papel fundamental na interpretação das dinâmicas de poder entre grupos. Ao enfocar as cognições, os estudos de psicologia política dão menos atenção aos aspectos conscientes e coerentes das ideologias, e mais ao aspecto inconsciente, e por isso automático e pouco sistematizado, não enunciável, de pensamentos que se manifestam por meio de crenças, preconceitos ou julgamentos. Nesse sentido, os estudos de dissonância cognitiva na política ganham importância, pois buscam justamente compreender o hiato entre o que se pensa e se diz acreditar e o que é feito de fato pelas pessoas em suas escolhas e relações de poder. Ao enfocar as emoções, a psicologia política busca dar importância aos aspectos menos racionais da política e do poder, aqueles que envolvem a orientação pelo medo ou pela raiva, como na atribuição de estigmas ou nas formas de hostilidade intergrupal. Por fim, com esta linha buscamos discutir os aspectos cognitivos e emocionais das disputas de poder e de grupos e movimentos políticos autoritários.
Sociologia das emoções
Por muito tempo as emoções estiveram em segundo plano na sociologia, sendo vistas como algo destinadas a explicação psicológica. A sociologia das emoções traz as emoções para o centro da discussão, pensando os condicionantes culturais das emoções, as formas de expressão emocional e as mudanças nos padrões emocionais na modernidade. Com o estudo das emoções buscamos responder uma clássica da sociologia: o que nos aproxima e nos afasta? O que nos faz sentir emoções positivas por integrar um grupo e o que nos causa sofrimento na vida social? O mal-estar e o bem-estar são aqui polos interpretativos, nos quais podemos situar as formas sociais de tristeza, assim como os ideais culturais de felicidade. No polo negativo, esta linha contempla discussões sobre sofrimento social e emocional; no polo positivo, contempla a discussão da sociabilidade agregadora, da amizade e do amor. É dessa forma que, com esta linha, visamos discutir a raiva e hostilidade entre diferentes grupos, o medo e a depressão como forma de ser no mundo, bem como o erotismo, o amor romântico e os relacionamentos íntimos na contemporaneidade.