
Neoliberalismo, programas de autogestão emocional e subjetividade
Nesta linha de pesquisa, analiso a relação entre o projeto neoliberal e o avanço dos programas de autogestão emocional, que vêm sendo ofertados como estratégias individuais para a obtenção de uma vida promissora. É nesse contexto que o life coaching se inscreve como uma abordagem pragmática sobre a vida com vistas à obtenção dos nossos objetivos, gerando uma espécie de gramática sobre a nossa conduta calculada em termos de déficits e ganhos. Trata-se de um repertório de narrativas que encarna o imaginário social da busca contemporânea da felicidade. Cabe investigar em que medida o requisito de uma sociedade regulada pelo “design emocional” (Neckel, 2005) da positividade engendra e revela efeitos paradoxais sobre os processos de subjetivação: de um lado, a convicção na autoeficácia ilimitada e na existência de “gurus” do sucesso; de outro, os efeitos de frustração e impotência ocasionados pelos limites desse discurso motivacional.