
Etnometodologia, globalização e democracia
Embora tradicionalmente ligada a uma perspectiva analítica que produz uma microssociologia das interações situadas, abordagem descolada de mudanças macrossociais, a etnometodologia contemporânea trabalha a partir de uma tipologia de interações, em que cada tipo corresponderia a formas de solidariedade mais ou menos dominante em dado contexto macro-histórico. A partir do diálogo entre etnometodólogos de várias gerações, como Harold Garfinkel, Melvin Pollner e Anne Rawls, com as proposições macrossociológicas de autores como Émile Durkheim, Talcott Parsons e Norbert Elias, esta linha de pesquisa se volta à produção de conhecimento sobre os etnométodos típicos da fase atual da modernidade, marcada por processos de globalização. Dentre os vários problemas sociológicos que emergem neste período histórico, há especial interesse na questão da democracia, entendida como uma configuração de interações situadas entre agentes estatais e cidadãos.