ementas

Curso Teoria Sociológica Contemporânea (2022.2), por Diogo Corrêa e Gabriel Peters

Disciplina: Teoria Sociológica Contemporânea

Docentes Diogo Silva Corrêa e Gabriel Peters

Curso: Programa de pós-graduação em sociologia política da Universidade de Vila Velha

Período letivo: 2022/2

Dia e horário: terça-feira, das 13h30 às 18h15

Este curso busca fornecer uma visão panorâmica de algumas das principais teorias sociológicas contemporâneas por meio de uma dupla estratégia. De um lado, ele procura, com base em autores contemporâneos, compreender a sociedade em que vivemos a partir do seu avesso, isto é, a partir da detecção de suas tendências patológicas. Ansiedade, depressão, esgotamento, burn-out, paranoia, vícios, transtorno de déficit de atenção, transtorno dismórfico corporal, ressentimento etc. não são apenas fenômenos individuais, mas expressam macrotendências da sociedade em que vivemos: a aceleração social, a dispersão da atenção, o culto da performance, processos amplos de vigilância, autonomização progressiva da visibilidade como capital e assim por diante. De outro lado, o curso tenciona expor alguns dos grandes diagnósticos do tempo presente a partir de temáticas ou dispositivos que consensualmente o definem: o capitalismo, o neoliberalismo, a racionalidade algorítmica, as crises ecológicas e ambientais etc. Com isso, ao propor a compreensão de traços fundamentais de nosso tempo presente por meio da correlação entre macrotendências sociais, de um lado, e a fenomenologia vivida de pessoas particulares, de outro, a disciplina intenta realizar algo próximo ao que Michel Foucault chamou, certa feita, de ontologia do presente – ou do que Aurélien Berlain chamou, mais recentemente, de “diagnóstico histórico”. Nossa aposta é que é possível realizar tal empreendimento por meio da produção de uma espécie de metadiagnóstico oriundo da correlação de teorias contemporâneas de ambições totalizantes com psicopatologias (as já mencionadas ansiedade, burn-out, vício, dispersão da atenção, compulsão etc) e afetos predominantes (ódio, ressentimento, desesperança, impotência etc).

Começaremos o curso com a seguinte indagação: é possível pensar a sociologia como um diagnóstico do tempo presente? Ou, ao contrário, é sociológico – ou digno de alçar a esta condição – todo diagnóstico de ambição totalizante capaz de captar uma tendência, um devir fundamental próprio ao nosso tempo?  Diante da fragmentação interna da própria sociologia, propomos no curso, como resposta, realizar um movimento análogo àquele dos clássicos de nossa disciplina. Do mesmo modo que Marx, Weber e Durkheim (para ficarmos apenas naqueles tidos como canônicos em nossa disciplina) bem souberam diagnosticar a sociedade de seu tempo por meio da detecção de tendências sistêmicas centrais (racionalização, divisão do trabalho, mercadorização etc) e suas derivas patológicas (alienação, exploração, fetichismo, anomia, egoísmo, perda de liberdade, perda de sentido), nossa aposta é que um movimento análogo pode (e deve) ser feito agora.

Desse primeiro conjunto de questões, passaremos, nas aulas subsequentes, para a exposição de algumas das macrotendências sistêmicas de nosso tempo, sempre relacionando-as com diagnósticos psicopatológicos. Afinal, nos perguntamos: não seria possível estabelecer uma relação entre aceleração social e transtorno de ansiedade? Entre o culto da performance, do aperfeiçoamento (enhancement) e a sociedade do esgotamento e da depressão? Entre a nossa atual ecologia do excesso e da atenção e a multiplicação de diagnósticos de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade? Entre algoritmos, antropoceno, neoliberalismo e a produção de adicções e vícios, mas também da circulação de afetos tristes (para falar como Spinoza), como ódio, ressentimento e desesperança? É com base em tais indagações que procuraremos oferecer uma espécie de teoria sociológica “contemporaníssima”. E isso porque quando se trata de tematizar e de definir o (ou o que nos é) “contemporâneo”, a sociologia não tem mais monopólio sobre os (bons) diagnósticos. Muito pelo contrário, consideramos sociológica – ou digna de tal condição – qualquer abordagem, teoria ou narrativa que se mostra capaz de detectar uma tendência fundamental do nosso tempo e, além disso, uma ou algumas de suas derivas potencialmente patológicas.

1ª Semana. A sociologia como diagnóstico do tempo presente e a sociedade hiperdiagnosticada

  • Leitura obrigatória

ANGELETTI, Thomas; DELUERMOZ, Quentin & GALONNIER, Juliette. « Qu’est-ce qu’une époque ? », Tracés. Revue de Sciences humaines [En ligne], 36 | 2019, mis en ligne le 16 octobre 2019, consulté le 20 juillet 2022.

BAUMAN, Zygmunt. (2000). “Emancipação”. In: Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.

BERLAN, Aurélien. Qu’est-ce qu’un diagnostic historique?. In: La fabrique des derniers hommes Retour sur le présent avec Tönnies, Simmel et Weber. Paris, La Découverte, 2012. Pp. pages 21-85.

EHRENBERG, Alain. “The Notion of Social Pathology: A Case Study of Narcissus in American Society”. In: Kieran Keohane and Anders Petersen (eds.)The Social Pathologies of contemporary civilization, Burlington, Ashgate Publishing company.

  • Leitura complementar

BECK, Ulrich (1997). A reinvenção da política: rumo a uma teoria da modernização reflexiva. In: BECK,U.; GIDDENS, A.; Lash, S. (orgs). Modernização reflexiva. São Paulo: Editora da Unesp, cap.1, 11-68p.

BECK, Ulrich. [1986] (2010), Sociedade de Risco. Rumo a uma outra Modernidade. São Paulo: Editora 34 (parte I e introduções às partes II e III).

GIDDENS, Anthony (1997). A vida em uma sociedade pós-tradicional. In: BECK, U.; GIDDENS, A. ; LASH, S. (orgs). Modernização Reflexiva: política, tradição e estética na ordem social moderna. São Paulo: Editora Unesp.

KUMAR, Krishan. (1986), “The great transformation” e “The revolution Defined: The

Image of Industrialism”. pp. 54-111 In: Prophecy and Progress, London, Penguin Books.

KUMAR, Krishan. (2006), “A ideia de pós-modernidade”, pp. 139-185. In: Da sociedade pós-industrial à pós-moderna: novas teorias sobre o mundo contemporâneo. São Paulo, Jorge Zahar.

2ª Semana: Os processos de aceleração social e a sociedade ansiogênica

  • Leitura obrigatória

PETERSEN, Anders. Return of the age of anxiety. In:  Kieran Keohane, Anders Petersen, Bert van den Bergh (eds.) Late-modern subjectivities and its discontents.  Anxiety, Depression and Alzheimer’s Disease, London, Routledge, 2017.

ROSA, Hartmut. (2013): Social Acceleration. A New Theory of Modernity.

New York: Columbia University Press. (Capítulo 10; conclusão)

ROSA, Hartmut. Estabilização Dinâmica, a Abordagem Triplo A para a Boa Vida, e o Conceito de Ressonância – Parte 1. (Tradução por Diogo Silva Corrêa e Carlos Fabris) Blog do Labemus, 2021. [publicado em 14 de maio de 2021]. Disponível em: https://blogdolabemus.com/2021/05/14/estabilizacao-dinamica-aabordagem-triplo-a-para-a-boa-vida-e-o-conceito-de-ressonancia-porhartmut-rosa-parte-1/.

ROSA, Hartmut. Estabilização Dinâmica, a Abordagem Triplo A para a Boa Vida, e o Conceito de Ressonância – Parte 2.  (Tradução por Diogo Silva Corrêa e Carlos Fabris) Blog do Labemus, 2021. [Publicado em 24 de maio de 2021]. Disponível em: https://blogdolabemus.com/?p=17099

WAJCMAN, Judy e DODD, Nigel . Introduction: The Powerful are Fast, the Powerless are Slow. In: Wajcman, Judy and Nigel Dodd (ed.). The Sociology of Speed Digital, Organizational, and Social Temporalities. Oxford, Oxford University Press, 2017

  • Leitura complementar

AUBERT, Nicole. Le Culte de l’Urgence. La société malade du temps. Paris, Flammarion, 2003.

COURVILLE NICOL, Valérie. Anxiety in Middle-Class America Sociology of Emotional Insecurity in Late Modernity. London, Routledge, 2021.

HASSAN, Robert.  Empires of speed : time and the acceleration of politics and society. Koninklijke Brill NV, Leiden, The Netherlands, 2009.

WAJCMAN, Judy. Pressed for Time. The Acceleration of Life in Digital Capitalism. Chicago, The University of Chicago, 2015.

3ª Semana: A sociedade da performance, do enhancement, do burn-out e da depressão

  • Leitura obrigatória

COECKELBERGH, Mark. Self-improvement : technologies of the soul in the age of artificial intelligence. New York : Columbia University Press 2022. (Trechos a selecionar)

HAN, BYUNG-CHUL. A sociedade do cansaço. Petrópolis, Editora Vozes. (Caps 1, 2, 7).

EHRENBERG, Alain.“O indivíduo sob perfusão” e “Conclusão: Em nome de si

mesmo”. Pp. 131-160; 171-183. In: O culto da performance: da aventura empreendedora à depressão nervosa. Aparecida, SP: Ideias & Letras, 2010.

PETERS, Gabriel. O novo espírito da depressão: Imperativos de autorrealização e seus colapsos na modernidade tardia. Civitas – Revista de Ciências Sociais 21(1):71-83, 2021.

PETERS, Gabriel. Droga de realidade: Alain Ehrenberg e a sociedade do dopping. Blog do Labemus, 2022 [publicado em 22 de junho de 2022]. Disponível em: https://blogdolabemus.com/2022/06/21/drogaderealidade/

  • Leituras complementar  

BOSTRIN, Nick & SAVVUKESCY, Julian. (org). Human Enhancement, Oxford, Oxford University Press, 2009.

EHRENBERG, Alain. The weariness of the self: diagnosing the history of depression in the contemporary age. Montreal: McGill-Queen’s University Press, 2010a.

HARRIS, John. Enhancing Evolution: The Ethical Case for Making Better People. Princeton, Princeton University Press.

LECOURT, Dominique. Humain, posthumain, Paris, PUF, 2003.

MISSA, Jean-Noel & PERBAL, Laurence Perbal (org.): Enhancement: éthique et médecine d’amélioration. Paris, Vrin, 2009.

4ª Semana: A sociedade do excesso, da dispersão da atenção e produtora de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH)

  • Leitura obrigatória

CITTON, Yves. “Da economia à ecologia da atenção”, Ayvu, Rev. Psicol., v. 05, n. 01, p. 13-41, 2018. Disponível em: https://periodicos.uff.br/ayvu/article/view/27498

FOGG, BJ; CUELLAR, G & DANIELSON, D. “Motivating, influencing, and persuading users: An introduction to captology”. In: Sears A, Jacko J (eds) The Human–Computer Interaction Handbook. New York: Lawrence Erlbaum, 2009.

HARSIN, Jayson. Regimes of posttruth, postpolitics, and attention economies. Communication, Culture & Critique, [s.l.], v. 8, n. 2, p. 1-7, 2015.

SEAVER, Nick. Algoritmos cativantes: Sistemas de recomendação como armadilhas. (Tradução por Bruno Reinhardt). Blog do Labemus, 2022. [publicado em 12 de abril de 2022]. Disponível em: https://blogdolabemus.com/2022/04/12/algoritmos-cativantes-sistemas-de-recomendacao-como-armadilhas-por-nick-seaver/

TÜRCKE, Christopher. “Introdução e capítulo 1”. In: TÜRCKE, Christopher. Hiperativos: abaixo a cultura do déficit de atenção. Rio de Janeiro/São Paulo: Paz e Terra, 2016.

  • Leitura complementar:

CRARY, Jonathan. Técnicas do observador:visão e modernidade no século XIX . Rio de Janeiro: Contraponto. 2012

CRAWFORD, B. Matthew.The World Beyond Your Head: On Becoming an Individual in an Age of Distraction. Farrar, Straus & Giroux,  2015.

CITTON, Yves  (dir.), L’économie de l’attention.  Horizon  ultime  du  capitalisme?,  Paris,La  Découverte, 2014.

CITTON, Yves. The Ecology of Attention. Polity, 2017.

WU, Tim. The Attention Merchants: The Epic Scramble to Get Inside Our Heads. Vintage Books, 2017.

5ª Semana: O capitalismo de vigilância e a sociedade paranoide e conspiracionista

  • Leitura obrigatória

CESARINO, Letícia. Pós-Verdade e a Crise do Sistema de Peritos: uma explicação cibernética. Ilha – Revista de Antropologia, Florianópolis, v. 23, n.1, p. 73-96, 2021.

DELEUZE, Gilles. (1994), “Post-scriptum sobre as sociedades de controle”. pp. 219-226.

In Conversações: 1972-1990. São Paulo, Editora 34.

HOFSTADER, Richard. The paranoid style in American politics and other essays. New York: Vintage, 1964.

HARDING, Susan & STEWART, Kathleen. Ansiedades de Influência: Teoria da Conspiração e Cultura Terapêutica na América do Milênio. Ilha, Florianópolis, v. 23, n. 3, p. 214-239, 2021

ZUBOFF, Shoshana. A era do capitalismo de vigilância. A luta por um futuro humano na nova fronteira de poder. São Paulo, Editora Intrínseca, 2021.  (Trechos seletos)

  • Leitura complementar

ALMEIDA, Rafael. Notas para uma reflexão sobre as “teorias da conspiração”. Ponto Urbe, [s.l.], n. 23, 2018.

BOLTANSKI, Luc. Mysteries and conspiracies: detective stories, spy novels and the making of modern societies. Cambridge, UK, Polity Press, 2014.

BOULLIER, Henri; KOTRAS, Baptieste & SILES, Ignacio. “Uncertain Knowledge. Studying “Truth” and “Conspiracies” in the Digital Age”, RESET [En ligne], 10 | 2021. URL : http://journals.openedition.org/reset/2750

CESARINO, Letícia. O fetichismo do QAnon. Jacobin Brasil, [s.l.], 2020e. Disponível em: https://jacobin.com.br/2020/11/o-fetichismo-do-qanon. Acesso em: 21 dez. 2020.

LYON, David (2001) Surveillance Society: Monitoring Everyday Life. Buckingham: Open University Press. Lyon, David (2004) ‘Globalizing Surveillance: Comparative and Sociological Perspectives’, International Sociology 19(2): 135–49.

DA EMPOLLI, Giuliano. Os engenheiros do caos: Como as fake news, as teorias da conspiração e os algoritmos estão sendo utilizados para disseminar ódio, medo e influenciar eleições. Vestígio, 2019.

GIREL, Mathias. « La post-vérité comme inquiétude », Cahiers philosophiques, vol. 164, no. 1, 2021, pp. 11-29.

PRATT, Ray (2003) ‘Theorizing Conspiracy’, Theory and Society 32(2): 255–71.

6ª Semana: Sociedade das práticas viciantes, da compulsão e da hiperintensificação (de tudo)

  • Leitura obrigatória

ALTER, Adam. Irresistível: por que você é viciado em tecnologia e como lidar com ela. Rio de Janeiro: Objetiva, 2018. (Trechos seletos)

ELLIOTT, R. Addictive consumption: Function and fragmentation in postmodernity. J Consum Policy 17, 159–179 (1994). https://doi.org/10.1007/BF01016361

HAMMERSLEY, Richard. How and Why Addiction is socially constructed. In: Hanna Pickard and Serge Ahmed, Eds. The Routledge Handbook of Philosophy and Science of Addiction, 2017. Versão online: https://www.academia.edu/24623758/DRAFT_Sociology_of_Addiction_Hammersley_April_21_2016

GARCIA, Tristan. “Introduction”, “An Image”, “A Moral Ideal” e “An Ethical Ideal”. Pp. 3-16; 17-27; 66-79; 80-100. In The intense life. A Modern Obsession. Edinburg, Edinburg University Press.

  • Leitura complementar

 BAPTISTA, M.; CRUZ, M. S.; MATIAS, R. (Org.). Drogas e pós-modernidade. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2003.

BEER, D. Algorithms: Shaping tastes and manipulating the circulations of popular culture. In: Popular Culture and New Media: The Politics of Circulation. London: Palgrave Macmillan, 2013.

EYAL, N (2014) Hooked: How to Build Habit-Forming Products. Harmondsworth: Portfolio Books. Ferster CB and Skinner BF (1957) Schedules of Reinforcement. New York: Appleton-CenturyCrofts.

GONÇALVES, G. G. R.; DELGADO, S. C.; GÁRCIA, C. A. A toxicomania e a busca da felicidade na sociedade de consumo. In: BAPTISTA, M.; CRUZ, M. S.; MATIAS, R. (Org.). Drogas e pós-modernidade Rio de Janeiro: EdUERJ, 2003. p. 119-128.

LEMBKE, Anna. Nação dopamina: Por que o excesso de prazer está nos deixando infelizes e o que podemos fazer para mudar. São Paulo, Vestígio, 2022.

PHARO, Patrick. Le capitalisme addictif. Paris, Presses universitaires de France (PUF), 2018.(Introdução e cap. 1). Versão em português em: https://blogdolabemus.com/2018/06/04/capitalismo-viciante-por-patrick-pharo/

STACECHEN, LF; BENTO, S. E. V.. Consumo excessivo e adicção na pós-modernidade: uma interpretação psicanalítica, 2008. http://www.scielo.br/pdf/fractal/v20n2/09.pdf.

7ª Semana: A sociedade da regressão democrática e do ódio e do ressentimento

  • Leitura obrigatória

BROWN, Wendy. (2019). In the ruins of neoliberalism. New York: Columbia University Press. (Cap 5) (Há versão em português).

MISHRA, Pankaj. Age of Anger: A History of the Present. London, Penguin Books, 2018. (Trechos seletos).

PETERS, Gabriel. Trollar até a morte: a persistência do bolsonarismo nos tempos de Corona. Blog do Sociofilo, 2020. [publicado em 13 de abril de 2020]. Disponível em: https://blogdolabemus.com/2020/04/13/trollar-ate-a-morte-a-persistencia-da-visao-de-mundo-bolsonarista-nos-tempos-do-corona-por-gabriel-peters/

RANCIÈRE, Jacques. O ódio à democracia. São Paulo, Boitempo, 2014.

  • Leitura complementar

ANSART, P. História e memória dos ressentimentos. In: BRESCIANI, S.; NAXARA,M. (Org.). Memória e (Res)Sentimento: Indagações sobre uma questão sensível.Campinas: Editora da Unicamp, 2004. p. 15-36.

BATAILLE, Georges. A estrutura psicológica do fascismo. Remate de Males, Campinas, SP, v. 41, n. 1, p. 238–267, 2021.

BUTLER, Judith. Discurso de ódio: Uma política do performativo. São Paulo, UNESP, 2021.

EMCKE, Carolin. Contra o Ódio. Ayine, 2020.

FLEURY, Cynthia. Ci-gît l’amer. Guérir du ressentiment. Paris, Gallimard, 2020.

GIACOIA, Oswaldo. Ressentimento e Vontade. Sao Paulo, Via Verita, 2021.

KEHL, Maria Rita. Ressentimento. Coleção Clínica Psicanalítica. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2004.

RONSON, Jon. Humilhado: como a era da internet mudou o julgamento público. Rio de Janeiro : Best Seller, 2018.

SCHELER, Max. Ressentimento. Nova York: Schocken, 1972.

8ª Semana: A sociedade da visibilidade, das imagens e do transtorno dismórfico corporal (TDC)

  • Leitura obrigatória

AUBERT, Nicole; HAROCHE, Claudine. Les tyrannies de la visibilité. Être visible pour exister?. Paris, Éditeur Érès, 2011. (Introdução)  (Há uma versão em português).

BORDO, Susan. “O corpo e a reprodução da feminidade: uma apropriação feminista de Foucault”. In: BORDO, Susan; JAGGAR, Alison M. Gênero, corpo e conhecimento. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1997.

BRIGHENTI, Andrea. “Visibility: A Category for the Social Sciences.” Current Sociology 55, no. 3 (May 2007): 323–42. https://doi.org/10.1177/0011392107076079.

HEINICH, Nathalie. Resumo De la visibilité [Da visibilidade]. (Tradução por Diogo Silva Corrêa) Blog do Labemus, 2021. [publicado em 05 de maio de 2021]. Disponível em: https://blogdolabemus.com/2021/05/05/resumo-de-de-la-visibilite-excellence-et-singularite-en-regime-mediatique-por-nathalie-heinich

  • Leitura complementar

BRIGHENTI, Andrea. Visibility in Social Theory and Social Research. Basingstoke: Palgrave Macmillan, 2010.

ELIOTT, Anthony & BOYD, Ross. Celebrity and contemporary culture: a critical analysis of some theoretical accounts In: Anthony ELIOTT (ed.). Routledge Handbook of Celebrity Studies. Oxford, Routledge, 2018.

FERRIS, Kerry O. (2004) ‘Seeing and Being Seen: The Moral Order of Celebrity Sightings’, Journal of Contemporary Ethnography 33(3): 236–64.

HEINICH, Nathalie. De la visibilité. Excellence et singularité en régime médiatique. Paris, Gallimard, 2012.

MATHIESEN, Thomas. ‘The Viewer Society: Michel Foucault’s “Panopticon” Revisited’, Theoretical Criminology 1(2): 215–34, 1997.

THOMPSON, John B. ‘The New Visibility’, Theory, Culture and Society 22(6): 31–51, 2005.

SIBILIA, Paula. Autenticidade e performance: a construção de si como personagem visível. 17 n. 3, 2015.

9ª Semana: O Antropoceno, o neoliberalismo e a sociedade da desesperança e da impotência

  • Leituras obrigatórias

BERLANT, Lauren. Cruel Optimism. Duke, Duke University Press. 2011. (Introdução; Cap 1.)

FISHER, Mark. Capitalist realism. London: Zero Books, 2009.  (Trechos seletos) (Há versão em português do livro).

LATOUR, Bruno. Face à Gaïa Huit conférences sur le nouveau régime climatique. Éditions La Découverte, Paris, 2015. (Conferência 5). O livro tem versão em inglês e em português.

  • Leituras complementares

AZMANOVA, A. Capitalism on edge: how fighting precarity can achieve radical change without crisis or utopia. New York: Columbia University Press, 2020.

BOLTANSKI, Luc. e CHIAPELLO, Eve. O Novo Espírito do Capitalismo.

BOURIDEU, Pierre & WACQUANT, Loic. “The cunning of imperialist reason”, Theory, Culture, and Society, 16 (1): 41–57, 1999.

BOUTON, Christophe. L’Accélération de l’histoire. Des Lumières à l’Anthropocène. Paris, Seuil, 2022.

CHAKRABARTY, Dipesh. The climate of history in a planetary age. Chicago, Chicago University Press, 2021, 296

DANOWSKI, Deborah & VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. Há mundo por vir? Ensaio sobre os medos e os fins, Florianópolis, Desterro, Cultura e Barbárie e Instituto Socioambiental, 2014.

ILLOUZ, Eva; CABANAS, Edgar. Fabricando cidadãos felizes, Happycracia, São Paulo, Ubu Editora, 2022.

LATOUR, Bruno & SCHULTZ, Nikolaj. Mémo sur la nouvelle classe écologique Comment faire émerger une classe écologique consciente et fière d’elle-même. Paris, Les empecheurs de penser en rond, 2022.

REINHARDT, Bruno. As Leituras Elementares da Vida Acadêmica: Neoliberalismo. Blog do Labemus, 2021. Disponível em: https://blogdolabemus.com/?p=17300

10 comentários em “Curso Teoria Sociológica Contemporânea (2022.2), por Diogo Corrêa e Gabriel Peters

  1. Wagner Rezende

    Olá, excelente proposta! O curso será online? Posso participar como ouvinte?
    Obrigado,
    Wagner Rezende

  2. Olá, esta disciplina será online? Tenho interesse em participar como aluna ouvinte.

  3. o curso é presencial?
    só para alunxs?
    obrigada!

  4. Carla Ferreira Soares

    Que beleza de programa! Nesse semestre dou um curso sobre juventude e novas subjetividades e o “caráter” do curso passa por muitas das discussões que vocês propõem. Aliás, o texto do Peters sobre depressão tem entrado em quase todos meus programas. Parabéns aos envolvid@s.

  5. Como faz pra se inscrever ?

  6. Boa noite! Este curso é pago? Quando começa? Quanto tempo de duração? Como fazer inscrição? Obrigado.

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Descubra mais sobre

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading